sexta-feira, 3 de agosto de 2007

café com pão

Será que a noite se pendura num cabide?
num canto triste?

no silêncio da casa morena
o amor acena
e esconde a mão

outra vez, então
o amor me canta à capela
e a noite é tão bela
que acalma o coração

e tudo é mistura de silêncio e canção
os olhos de mar nos olhos da noite
é corte de foice na plantação
é o arrastado da tarde
é naufrágio e arrebentação
é um adeus sem alarde
um encontro sem sim nem não

e o beijo calado
amanhece guardado
molhado
café com pão


Alan Mendonça

Nenhum comentário: